Ciclo de Palestras sobre Medicina Hospitalar em Maceió
SOBRAMH participa de evento regional de medicina hospitalar no nordeste do país. A medicina hospitalar ganhou destaque, mais uma vez, em evento promovido pela Santa Casa de Misericórdia de Maceió, na última sexta-feira (03/02), em Maceió/AL.
O Ciclo de Palestras sobre Medicina Hospitalar, contou com as palestras do diretor científico da SOBRAMH, Dr. André Wajner, sobre a prática da medicina hospitalar no Brasil e o aprendizado com cases de sucesso, e do Dr. Cláudio Nunes, médico gestor, professor do COPPEAD, sobre custos em medicina hospitalar - uma revisão sistemática. Participaram do evento cerca de 100 pessoas do corpo clínico hospitalar, equipe multiprofissional e gestores hospitalares.
A medicina hospitalar surgiu nos Estados Unidos em 1996 e só chegou no Brasil em 2007 com a fundação da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH). Hoje, existe mais de 45 mil hospitalistas nos EUA, estando entre as duas maiores especialidades no país.
O Dr. André Wajner, esclareceu que a medicina hospitalar ainda não é reconhecida enquanto especialidade médica pela Associação Médica Brasileira (AMB), mas que a ampla disseminação de seus conceitos no meio médico atual poderá agilizar este processo.
“Nos EUA, esse profissional é um dos maiores expoentes da qualidade e da segurança assistencial, uma vez que o hospitalista permanece no hospital, não é aquele médico de passagem que faz a visita de forma rápida uma vez ao dia. Ele acaba conhecendo os problemas do hospital, acompanhando os eventos adversos. Por conta disso, precisa ter formação em segurança do paciente, em liderança, em gestão de equipe”, explicou Wajner.
O diretor científico da SOBRAMH ressaltou, ainda, o perfil do médico hospitalista: “O médico precisa desenvolver adequada relação médico-paciente. Tem que ser comunicativo, ter capacidade de liderança, atuar em equipe e ter competência para conversar, da mesma forma, com a família, a equipe multiprofissional e com os gestores. Tem que ser uma pessoa atualizada tecnicamente, uma vez que acaba atuando em diferentes abordagens clínicas”.
Segundo Wajner, a experiência de hospitais do sul e sudeste do país que investiram no médico especialista comprova uma redução de 13% a 15% no tempo de internação e de 16% a 20% nos custos de internação, o que justifica a adequada remuneração deste profissional, já que muitos planos de saúde pagam apenas ao profissional que realiza procedimento cirúrgico.