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Ultrassom à Beira do Leito: Uma das Ferramentas Mais Importantes do Século

A ultrassonografia à beira do leito é uma das ferramentas mais importantes do médico assistente nos dias de hoje. É a utilização do aparelho de ultrassom pelo médico assistente à beira do leito, permitindo correlação direta com os sinais e sintomas do paciente. Ótimo instrumento diagnóstico para patologias clínicas e cirúrgicas e guia em procedimentos essenciais.


A SOBRAMH entrevistou o Dr. José Augusto Pellegrini, médico intensivista especialista em Medicina Intensiva pela AMIB. Atua como médico rotineiro da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Atuou como coordenador da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Montenegro até o ano de 2015. Formação em ultrassonografia pulmonar no Hospital Housson Mourier, do complexo Pitié-Salpêtriére, em Paris/França. É Instrutor do programa ECOTIN da AMIB. Tem experiência nas áreas de Clínica Médica, Medicina Intensiva e Ultrassonografia Point-Of-Care. Acompanhe abaixo:


SOBRAMH: Quando está indicado o uso de ultrassom a beira do leiro? Quais são suas potenciais utilidades?

Pellegrini - Desde a década de 80 estudos fundamentam a aplicação da ultrassonografia à beira do leito como guia para punções venosas centrais, sobretudo veias jugulares, bem como para detecção de líquido intra-abdominal em trauma abdominal fechado.


Nas últimas décadas, o emprego do ultrassom abriu-se para as mais variadas aplicações, desde a ecocardiografia à beira do leito até a avaliação da bainha do nervo óptico em caso de suspeita de hipertensão intracraniana. Na ultrassonografia da traqueia, para certificar-se da posição correta do tubo endotraqueal, ou mesmo para identificar-se possível estridor laríngeo. Na ultrassonografia dos seios da face para diagnóstico de sinusite bacteriana em pacientes traqueostomizados ou portadores de sonda nasoenteral.


Pacientes complexos e gravemente enfermos, na sala de emergência ou na Unidade de Terapia Intensiva, estão sujeitos a ultrassonografia “de corpo inteiro” na investigação relacionadas a estados de hipotensão e choque, redução do volume de diurese, dispneia e insuficiência respiratória aguda, e assim por diante.


SOBRAMH: Qual a comparação da utilidade do estetoscópio com a utilização do ultrassom a beira do leito nos dias de hoje?


Pellegrini - Este é um paralelo corriqueiro que vem sendo utilizado pelos adeptos da ultrassonografia à beira do leito.


De fato, sobretudo no paciente gravemente enfermo, a quase totalidade das informações obtidas com o estetoscópio podem ser obtidas - em mais detalhes - com o emprego do ultrassom: murmúrio vesicular, sons adventícios, bulhas e sopros…


Recente editorial de autores expoentes em terapia intensiva trazia as 10 principais modificações que haveriam na “UTI do futuro”. Um dos tópicos levantados é pertinente à esta discussão: “Devemos aposentar o estetoscópio e substituí-lo por ecógrafos à beira de cada leito”, em tradução livre ao Prof Jean-Louis Vincent, instensivista de Bruxelas - Bélgica.


SOBRAMH: Por que é uma das ferramentas mais importantes do médico assistente atualmente?


Pellegrini - O ultrassom possibilita ao médico incrementar a segurança do seu procedimento invasivo, aumentar a acurácia diagnóstica da sua investigação e avaliar a eficácia do tratamento instituído.


Conforme evidências recentes, a satisfação do paciente com o procedimento realizado pode ser positivamente influenciada pelo uso do ultrassom à beira do leito.


A imprecisão dos métodos diagnósticos tradicionais, aliada à complexidade dos métodos “padrão-ouro” disponíveis até então para a avaliação de um paciente dispneico, por exemplo, cria um nicho de inserção perfeitamente apropriado para a ultrassonografia à beira do leito.


SOBRAMH: Por que o gestor hospitalar deve investir neste instrumento?


Pellegrini - O ultrassom permite aumentar a segurança dos procedimentos invasivos e a sua taxa de sucesso. Neste contexto, reduz a incidência de complicações graves, com custos financeiros inerentes e altamente representativos.


No sistema de saúde americano, estudos reportam que o custo de um pneumotórax pode chegar a US$ 45.000,00. Cabe lembrar que este é um evento considerado preventivo e não é reembolsado desde 2012 pelo MediCare. Em um contexto de 5.000.000 de cateteres inseridos ao ano nos EUA, este pode ser um fator importante do ponto de vista econômico.


Além dos aspectos econômicos, a ultrassonografia à beira do leito teve desempenho fundamental também no incremento do poder diagnóstico do médico em cenários como politrauma, choque, insuficiência respiratória, tanto na sala de emergência como nas UTIs. As informações obtidas com o emprego do ultrassom tendem a ser mais precisas do que com história, exame clínico e exames complementares, mas sobretudo são mais rápidas e permitem ao médico iniciar o tratamento correto em um tempo mais curto.


Evidências recentes sugerem que o emprego rotineiro da ultrassonografia pulmonar resulta em redução do custo em comparação a radiografias de tórax e tomografias computadorizadas, bem como na emissão de radiação ionizante ao paciente. A ultrassonografia abdominal para investigação de cólica renal, do mesmo modo, poupa recursos relacionados à realização de tomografias para detecção de nefrolítiase.



Confira a entrevista completa e referências bibliográficas aqui: Qual a diferença em relação ao ultrassom realizado pelo radiologista? Por que o médico assistente deve estar apto a realizar este exame?




 
 
 

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